Galileu Galilei
Galileu nasceu em uma época de célebres cientistas e matemáticos, tais como, Descartes, Tycho Brahe, Johanes Kepler, John Napier, François Viéte, Ostílio Ricci, Niccoló Tartaglia, entre outros.
Galilei se destacou no campo da física e por alguns é considerado o pai da Ciência Moderna, pois ele modificou a visão que se tinha do nosso mundo em sua época, criticando as posições filosóficas defendidas pelos líderes da Igreja Católica, o que acabou gerando uma tensão entre ele e a Inquisição, provocando seu julgamento e condenação. Uma de suas maiores contribuições foi introduzir a matemática em campos científicos como a Física e a Astronomia, formulando leis matemáticas que determinavam o movimento dos corpos terrestres. Naquele tempo, a matemática era eventualmente usada por conveniência para descrever as observações feitas a olho nu pelos estudiosos, pois as comprovações científicas eram realizadas de modo empírico, ou seja, exclusivamente por meio de experiências práticas.
Galileu nasceu em Pisa em 15 de fevereiro de 1564, filho primogênito de Giulia Ammannati e Vincenzio Galilei. Sua família era humilde; o pai de Galilei, Vincenzio, era um talentoso músico, porém não conseguia manter o sustento da família, então tentou trabalhar com algo que lhe proporcionasse maior estabilidade financeira. Porém, não obteve sucesso em nenhuma outra profissão e dedicou-se à música novamente. Sempre incentivou Galileu a seguir a carreira de médico, pois era uma profissão rentável na época e ele tinha esperança que o filho tivesse a estabilidade econômica que ele nunca teve.
Aos 17 anos Galileu iniciou a faculdade de medicina; mas como não era exatamente um desejo seu, a faculdade não satisfez suas expectativas e ele decide então abandonar os estudos médicos e transfere-se para Florença onde, sob a orientação do amigo da família Ostílio Ricci, professor de matemática na Escola de Belas Artes e discípulo de Niccoló Tartaglia, começa a descobrir o sentido das suas inclinações. O mestre Ostílio Ricci é o impulsionador de um vasto campo de estudos científicos que em muitos domínios são do interesse permanente do discípulo.
Galileu foi o primeiro a contestar as afirmações de Aristóteles, que, até aquele momento, havia sido o único a fazer descobertas sobre a física, até então chamada de Filosofia Natural Aristotélica, que era ensinada nas universidades da época e suas teorias científicas eram aceitas pela igreja.
Após ler um importante texto do astrônomo Giovanni Batista Benedetti, que se opôs a Aristóteles em questões mecânicas relativas ao movimento, Galilei realizou um estudo sobre o movimento de queda livre, com o qual comprovou, utilizando-se também de sua descoberta anterior, o isocronismo (propriedade dos pêndulos de apresentarem oscilações de mesma duração para diferentes “amplitudes”), que a massa dos corpos não determina a rapidez das quedas, contrariando a visão Aristotélica.
A partir da informação da construção do primeiro telescópio, na Holanda, ele construiu a primeira luneta astronômica e, com ela, pôde observar a composição estelar da Via Látea, os satélites de Júpiter, as manchas solares e as fases de Vênus. Esses achados astronômicos foram relatados ao mundo com a publicação do livro Sidereus Nuncius (Mensageiro das Estrelas), em 1610. Foi com observações das fases de Vênus, que Galileu passou a enxergar embasamento na visão de Copérnico e não na de Aristóteles, como era pregado pela igreja, segundo a qual a Terra era vista como o centro do Universo.
Dessa forma, Galileu consegue despertar a ira da igreja, e mais tarde, no ano de 1616, abriu-se um inquérito em que os estudos de Galileu foram chamados de heresia, e por isso, Galileu foi advertido a não ensinar ou defender a “Opinião Copernicana”.
Anos depois, Galileu escreve outro livro, publica-o, e o inquérito de 1616 é aberto novamente, e desta vez, Galileu seria condenado a abjurar publicamente as suas ideias e à prisão por tempo indefinido. Os seus livros foram incluídos no Index, censurados e proibidos, mas foram publicados nos Países Baixos, onde o protestantismo tinha já substituído o catolicismo, o que havia tornado a região livre da censura do Santo Ofício.
Em 1642, em Arcetri, ele morreu cego rodeado pela sua filha Maria Celeste e os seus discípulos. Foi enterrado na Basílica de Santa Cruz em Florença, onde também estão Machiavel e Michelangelo.
A mesma instituição que condenou Galileu o absolveu muito tempo após a sua morte, em 1983.
Obra – O telescópio
Em 1609, em uma de suas frequentes viagens a Veneza com seu amigo Paulo Sarpi ouviu rumores sobre a “trompa holandesa”, um telescópio que foi oferecido por alto preço ao doge de Veneza. Ao saber que o instrumento era composto de duas lentes em um tubo, Galileu logo construiu um capaz de aumentar três vezes o tamanho aparente de um objeto, depois outro de dez vezes e, por fim, um capaz de aumentar 30 vezes.
Galileu não inventou o telescópio, cujo pedido de patente foi feito em 1608, por Hans Lippershey, fabricante de óculos de Middleburg, nos Países Baixos, embora o termo “telescópio” tenha sido inventado na Itália em 1611.
Porém, Galileu foi o primeiro a fazer uso científico do telescópio, ao fazer observações astronômicas com ele. Descobriu, assim, que a Via Láctea é composta de miríades de estrelas (e não era uma “emanação” como se pensava até essa época), descobriu ainda os satélites de Júpiter, as montanhas e crateras da Lua. Todas essas descobertas foram feitas em março de 1610 e comunicadas ao mundo no livro Sidereus Nuncius (“O Mensageiro das Estrelas”) em março do mesmo ano em Veneza. A observação dos satélites de Júpiter, levaram-no a defender o sistema heliocêntrico de Copérnico.
Fontes:
[1] Wikipedia
[2] Livro Galileu e a nova física. Mariconda, Pablo Rubén. São Paulo, SP: Odysseus Editora, 2006
Laís Lorena de Oliveira Rodrigues
Paulo Ricardo Souza Rodrigues
alunos do PIC – OBMEP