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Christian Kramp

Christian Kramp (Strasbourg, France, 8 julho 1760 – 13 maio 1823) foi um matemático francês. Seu primeiro nome é muitas vezes escrito como Chrétien. Seu pai, Jean-Michel Kramp, era professor no Ginásio de Estrasburgo. A cidade de Estrasburgo esteve, por um longo período, na fronteira das regiões de língua francesa e alemã e, como consequência, foi disputada em várias ocasiões. Como tanto o francês quanto o alemão eram falados na cidade, era natural que Kramp falasse e escrevesse nas duas línguas. Seus interesses eram abrangentes enquanto aluno do Gymnasium, em Estrasburgo. Ele entrou na Universidade naquela cidade fazendo uma ampla gama de cursos, mas especializando-se em medicina. A amplitude de seus interesses, porém, tornou-se clara quando Kramp publicou um trabalho que tratava da primeira ascensão do balão em seus aspectos históricos, físicos e matemáticos.
 
Seus trabalhos mais conhecidos foram os referentes ao estudo do fatorial. Após a França ter anexado a região da Renânia no ano de 1975, Kramp, antes realizando seu trabalho médico, agora passa a lecionar matemática, química e física em Colónia, atual quarta maior cidade da Alemanha. Os anos seguintes viram Kramp abraçar a matemática cada vez mais a sério. Este foi um período de domínio francês Napoleônico, e Kramp respondeu à nova ordem política com a publicação de livros em francês, em vez de alemão. Antes, ele tinha publicado em alemão, por exemplo, seu trabalho em febres Fieberlehre, nach mechanischen Grundsätzen (Heidelberg, 1794), e sua crítica da medicina prática Kritik der praktischen Arzneikunde, mit Rücksicht auf die Geschichte und ihre derselben neuern Lehrgebäude (Leipzig, 1795).
 
Era por volta da virada do século quando ele mudou de língua e publicou em francês seu trabalho astronômico mais importante, Analyse des réfractions astronomiques et terrestres (Strasbourg-Leipzig, 1799). A influência da Revolução Francesa é vista na página de título, já que o autor é dado como “cidadão Kramp” e foi “impresso no 7 º ano da República “. Neste trabalho, tentou resolver um problema de refração. Depois se seguiram livros didáticos de matemática: Élémens d’arithmétique (Colônia-Paris, 1801), no qual mais uma vez na página de título o autor é dado como “cidadão Kramp” e a data é dada como o 9 º ano da República, e Élémens de géométrie (Colônia, 1806), em que, agora, o autor é C Kramp e não há encontros por ano da República. Seu tratado Elemens d’arithmétique Universelle (Colônia, 1808) tentou fundir ideias no cálculo das variações introduzidas por Louis Arbogast com técnicas combinatórias básicas.
 
Em 1809, Kramp foi nomeado professor de matemática em Estrasburgo, sua cidade natal, publicando seu livro de memórias sobre a dupla refração, Sur la dupla refração de La Chaux carbonatée, em 1811 e, em 1820, publicando Equations des nombres, que contém um novo método para resolver equações numéricas. Em 1817, ele foi eleito para o setor de geometria da Academia Francesa de Ciências.
 
Kramp foi amigo de Carl Friedrich Hindenburg, aprendendo muita matemática com ele. Isso foi importante tanto para influenciar Kramp a realizar algum trabalho respeitável na análise combinatória, quanto para dar importância a Kramp por suas contribuições matemáticas nas várias revistas que Hindenburg publicava. Como Bessel, Legendre e Gauss fizeram, Kramp trabalhou na generalização do fatorial ou função Γ, aplicada a não inteiros. Seu trabalho em fatoriais é semelhante, mas independente do de James Stirling e Alexandre Vandermonde. Kramp enviou o seu trabalho em fatoriais de não-inteiros para Bessel, que foi influenciado por ele.
 
Kramp foi o primeiro a utilizar a notação n! (Elemens d’arithmétique universelle, 1808). O conceito generalizado de fatorial foi encontrado, ao mesmo tempo, por Arbogast. A função de Kramp, uma função de erro complexo escalado, é, atualmente, mais conhecida como função Faddeeva.
 
Na página título de Élémens de géométrie (1806), Kramp é listado como pertencente à Academia de Erfurt, à Academia de ROVEREDO, à Sociedade Literária de Mainz e à Sociedade Mineralógica de Jena.
Muitas cartas escritas por Kramp sobrevivem e mostram que ele era um homem com uma grande dose de confiança em suas próprias habilidades. Ele trabalhou com energia incansável em uma ampla gama de temas, fazendo muitas contribuições valiosas.
 

Curiosidades

Capas de alguns dos livros escritos por Christian Kramp.
 

Fontes:
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