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Pierre-Simon Laplace

Pierre-Simon Laplace (1749 – 1827) foi um matemático, astrônomo e físico francês. Considerado um dos cientistas mais importantes e influentes que o mundo já viu, nasceu em 23 de Março de 1749, em Beaumont-en-Auge, França. (Algumas fontes informam como 28 de Março de 1749 a data de nascimento de Laplace.)
Laplace iniciou seus estudos em uma escola Beneditina de Beaumont-en-Auge, onde permaneceu dos 7 aos 16 anos. Ingressou na Universidade de Caen aos 16 anos, matriculando-se em teologia. Contudo, durante seus dois anos de estudos, revelou-se sua vocação matemática, em grande parte graças à percepção de dois professores, C. Gadbled e P. Le Canu. Durante sua formação acadêmica, Laplace imergiu nas obras de Newton e, aos dezessete anos, elaborou seu primeiro trabalho científico. Nesse ínterim, já demonstrava uma visão científica e filosófica sólida. Ao descobrir sua vocação para a matemática, Laplace abandonou a Universidade de Caen sem concluir seus estudos e rumou a Paris, portando uma carta de apresentação. Com apenas 19 anos, impressionou rapidamente o matemático francês Jean d’Alembert (1717 – 1783), que não apenas assumiu a orientação de seus estudos matemáticos, mas também se empenhou em encontrar uma posição que lhe garantisse sustento na capital. Rapidamente, Laplace foi nomeado professor de matemática na École Militaire. Ele também foi professor na École Normale e na École Polytechnique.
Laplace produziu seus melhores trabalhos nas áreas de Mecânica Celeste, Probabilidade, Equações Diferenciais e problemas Geodésicos, tornando-se tão famoso em seu tempo que ficou conhecido como o "Newton da França". Durante a Revolução Francesa, Laplace ajudou a estabelecer o sistema métrico. Em 1773, ele tornou-se membro da Academia de Ciências de Paris.
Segundo os historiadores, Laplace era muito generoso com os principiantes em pesquisa Matemática e, por várias vezes, absteve-se de publicar uma descoberta a fim de permitir que um principiante o fizesse primeiro. Ele teria ajudado a fundar a Société d’Arcueil e encorajou o trabalho de jovens cientistas.
Poucos meses antes de sua morte, Laplace, alegando estar gravemente enfermo, recusou-se a liderar e discutir um protesto contra a censura de obras literárias, medida instituída por Carlos X, durante uma reunião do instituto. Essa decisão provocou duras críticas na imprensa, gerando grande ridicularização. As acusações, segundo relatos, contribuíram para o agravamento da saúde de Laplace. Na manhã de 5 de março de 1827, ele faleceu, aos 77 anos, curiosamente cem anos após a morte de Isaac Newton. Suas últimas palavras foram: “O que sabemos é tão pequeno em comparação ao que ignoramos.” Embora tenha morrido na cidade de Paris, seus restos mortais foram transferidos mais tarde para a região da Normandia.

Local onde estão sepultados os restos mortais de Laplace, na Normandia



Obras e contribuições

Entre as obras de Laplace, duas merecem destaque:

  • Traité de Mécanique Céleste: tratado em cinco volumes sobre a mecânica celeste da época. Nesse trabalho, Laplace aplicou suas teorias matemáticas analíticas a corpos celestes e apresentou métodos para calcular os movimentos de translação e rotação dos corpos celestes e para resolver problemas de marés, entre os quais a dedução da massa da lua. Aqui aparecem a equação diferencial de campo gravitacional, a hoje conhecida como "Transformada de Laplace" e outras contribuições relevantes para a Física Matemática.
    (Clique nas respectivas imagens a seguir, para ter acesso a cada volume.)
  • Théorie Analytique des Probabilités: Trabalho considerado como um marco. Ele consolida, ordena e aprofunda todo o conhecimento a respeito do assunto produzido até então, com uso do cálculo diferencial e integral.


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Dentre suas maiores contribuições científicas, o nome de Laplace está ligado:

  • à Distribuição de Laplace, semelhante à distribuição gaussiana;
  • à Equação de Laplace (com aplicações na Matemática Pura e na Física Matemática);
  • à Hipótese Nebular de Cosmogonia (modelo que preconiza que a origem do Sistema Solar poderia ser traçada pela rotação de uma nuvem de gás e poeira fina);
  • ao conhecido Método dos Mínimos Quadrados (desenvolvido independentemente por Gauss);
  • ao Operador Laplaciano (envolvido em algumas das mais fundamentais equações da Física Matemática);
  • à definição Clássica de Probabilidade, expressa na conhecida Lei de Laplace: “a probabilidade de um acontecimento é o quociente entre o número de casos favoráveis ao acontecimento e o número de casos possíveis, supondo que todos os casos são igualmente possíveis”;
  • ao desenvolvimento do Sistema Métrico;
  • ao Teorema de Laplace da teoria dos determinantes;
  • a estudos sobre a Teoria do Calor;
  • à chamada Transformada de Laplace (usada na solução de equações diferenciais, no cálculo de integrais definidas e em muitos ramos da matemática abstrata);
  • a uma correção ao cálculo de Newton para a previsão teórica da Velocidade do Som nos gases que forneceu um valor que se manteve por um século!

Laplace também esteve perto de propor o conceito de buraco negro quando observou que poderia haver estrelas maciças cuja gravidade seria tão grande que nem mesmo a luz escaparia de sua superfície.



Homenagens

Estátuas de Laplace:

  • Obra do escultor francês Robert Delandre, na Praça De Verdun em La Rochelle, França.
  • Imagens extraídas do Statues – Hither & Thither

  • Obra do escultor francês Edward Wyon; uma das 22 esculturas do conjunto de obras "Grande Pensador", no topo do prédio da Royal Academy of Arts, em Londres.
  • Imagens extraídas do Site de placas de John Yugin

  • Estátua no Castelo de Versalhes, França.
  • Imagem extraída da Wikipédia

Laplace é um dos 72 nomes gravados na Torre Eiffel

Imagem extraída da Wikipédia

Laplace aparece no frontão da antiga École Polytechnique, em Paris.

Imagem extraída da Home Page du Mathouriste

Laplace é nome de uma das ruas de Paris.

Imagem extraída da Wikipedia

Placa na Rue du Bac, Paris.

Imagem extraída da Wikipedia

Laplace é nome de uma formação lunar: Promontorium Laplace.

Imagem extraída da Vaz Tolentino Observatório Lunar



Fontes:
[1] FEM, UNICAMP – Último acesso em 08/08/20.
[2] Internet Archive – Último acesso em 22/09/20.
[3] MacTutor – Último acesso em 22/09/20.
[4] NNDB – Último acesso em 22/09/20.
[5] EDUC, UL – Último acesso em 22/09/20.
[6] Smithsonian Libraries – Último acesso em 22/09/20.
[7] Institut Pierre Laplace
[8] Wikipédia – Último acesso em 31/10/24.
[9] Stimul Online. – Último acesso em 31/10/24.
[10] Mémoire(s), identité(s), marginalité(s) dans le monde occidental contemporain, 6(1), 41-64. – Último acesso em 31/10/24.

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